Escrita cerca do ano 120 d.C
O Cristianismo surgia como uma das maiores inovações criadas na Humanidade. Revolucionava os valores conhecidos, particularmente aquele da Fraternidade ou Solidariedade de relacionamento entre os seres humanos.
Considerada a "joia da literatura cristã primitiva", a Carta de Diogneto foi escrita cerca do ano 120 d.C. Trata-se do testemunho escrito por um cristão anônimo respondendo à indagação de Diogneto, pagão culto, desejoso de conhecer melhor a nova religião que se espalhava com tanta rapidez pelas províncias do Império Romano.
Impressionado pela maneira como os cristãos desprezavam os deuses pagãos e testemunhavam o Amor que tinham uns para com os outros, queria saber: que Deus era aquele em que confiavam e que gênero de culto lhe prestavam; de onde vinha aquela raça nova e por que razões apareceram na história tão tarde.
Apresentamos aqui apenas um pequeno trecho , mas creio que nela está o 'grande segredo' do motivo pelo qual a Igreja antiga prevaleceu em glória e aprovação divina; enquanto nós hoje andamos como remanescentes, buscando esta aprovação divina e que esta glória esteja novamente no meio de nós, apesar de tantos que diariamente mancham a Igreja, pois se dizem cristãos, mas com seus atos demonstram que são na verdade a desonra e escândalo para a Igreja e até para o mundo.
Oremos e busquemos novamente tal simplicidade e singeleza de coração,para que não esteja em nós tal condenação.Afinal é pelos frutos que somos reconhecidos!
A Carta:
A Carta:
" Excelentíssimo Diogneto, vejo que te interessas em aprender a religião dos cristãos e que, muito sábia e cuidadosamente, te informaste sobre eles:
Qual é esse Deus no qual confiam e como o veneram, para que todos eles desdenhem o mundo, desprezem a morte, e não considerem os deuses que os gregos reconhecem, nem observem a crença dos judeus; que tipo de amor é esse que eles têm uns para com os outros; e, finalmente, por que essa nova estirpe ou gênero de vida apareceu agora e não antes.
Aprovo esse teu desejo e peço a Deus, o qual preside tanto o nosso falar como o nosso ouvir, que me conceda dizer de tal modo que, ao escutar, te tornes melhor; e assim, ao escutares, não se arrependa aquele que falou.
Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular.Nem uma doutrina desta natureza deve a sua descoberta à invenção ou conjectura de homens de espírito irrequieto, nem defendem, como alguns, uma doutrina humana.
Habitando em cidades Gregas e Bárbaras, conforme coube em sorte a cada um, e seguindo os usos e costumes das regiões, no vestuário, no regime alimentar e no resto da vida, revelam unanimemente uma maravilhosa e paradoxal constituição no seu regime de vida político-social.
Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira.
Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os recém-nascidos. Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito.
Encontram-se na carne, mas não vivem segundo acarne. Moram na terra e são regidos pelo céu.
Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas.
Amam todos e por todos são perseguidos.
Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; são condenados à morte e ganham a vida.
São pobres, mas enriquecem muita gente; de tudo carecem, mas em tudo abundam.
São desonrados, e nas desonras são glorificados; injuriados, são também justificados. Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras.
Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida.
São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não sabem dizer a causa do ódio.
Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo.
A alma está em todos os membros do corpo e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, não é,contudo, do corpo; também os cristãos, se habitam no mundo, não são do mundo.
A alma invisível vela no corpo visível; Também os cristãos sabe-se que estão neste mundo,mas a sua religião permanece invisível. A carne odeia a alma, e, apesar de não a ter ofendido em nada, faz-lhe guerra, só porque se lhe opõe a que se entregue aos prazeres; da mesma forma, o mundo odeia os cristãos que não lhe fazem nenhum mal, porque se opõem aos seus prazeres.
A alma ama a carne, que a odeia, e os seus membros; Também os cristãos amam os que os odeiam. A alma está encerrada no corpo, é todavia ela que sustém o corpo;
Também os cristãos se encontram retidos no mundo como em cárcere, mas são eles que sustêm o mundo.
A alma imortal habita numa tenda mortal;Também os cristãos habitam em tendas mortais, esperando a incorrupção nos céus.
Provada pela fome e pela sede, a alma vai-se melhorando; também os cristãos, fustigados dia-a-dia, mais se vão multiplicando.
Deus pô-los numa tal situação, que lhes não é permitido evadir-se."
{Mateus 7:15 ao 23}
"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."
2 comentários:
Essa carta expressa a grandeza de uma Igreja que estava centralizada na vontade de Deus!!!! Que o Senhor tenha misericórdia de nós!!!!!! Que possamos achar essa graça e vivermos o Evangelho de Cristo de uma maneira genuína!
Nessa carta o que me chamou atenção foi a pergunta...Que tipo de amor é esse?isso me faz refletir que grande era o amor entre eles..e refletir qual é o amor da igreja de hoje?qual o alicerce da nossa pregação?parece que alguns 'crentes'pensam que as pessoas são descartáveis.graças a Deus pelo amor de Jesus revelado na Cruz,amor que não muda nem é inconstante.I.r Lc.
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