Extratos de: "Spiritual Revival the Want ofthe Church" [A igreja necessita de avivamento espiritual]
Sermão de : C.H.Spurgeon ( 1834/1892)
Blogado do: Sola Scriptura
Avivamento da devoção
Não há garantia
A conversa dos cristãos
Obra totalmente de Deus
Toda verdadeira religião é obra de Deus. Deus é, de fato, o autor da salvação no mundo, e a religião é obra da graça. Se houver alguma coisa boa e extraordinária na Igreja, isso também é obra de Deus, do início ao fim.
É Deus quem aviva a alma que estava morta e quem preserva a vida dessa alma. Deus nutre e aperfeiçoa essa vida na Igreja. Não atribuímos nada a nós mesmos, mas tudo a Deus. Não ousemos sequer um instante pensar que nossa conversão ou nossa santificação é efetuada por esforço nosso ou de outros. De fato, há meios pelos quais somos convertidos e santificados, mas todos são obras de Deus.
Avivamento da devoção
Portanto, confiando no Espírito de Deus que me ajuda, vou procurar aplicar esse princípio primeiramente a nossa alma de modo pessoal, depois à igreja em geral.Então, vejamos primeiro quanto a nós mesmos. Muitas vezes fustigamos a Igreja quando o açoite deveria flagelar nossos ombros. Devemos sempre lembrar que fazemos parte da Igreja e que nossa falta de avivamento está de alguma maneira relacionada à falta de avivamento da Igreja em geral. Faço a seguinte acusação contra nós: nós, cristãos, precisamos em nossa vida de um avivamento de devoção. Tenho razões abundantes para provar isso.
Não há garantia
Em primeiro lugar, observe a conduta e as conversas de muitos de nós, que professamos ser filhos de Deus.
Nos dias de hoje, é muito comum alguém tornar-se membro da Igreja. Recentemente, em nosso país, muitos se filiaram à Igreja, mas isso significa que hoje há menos enganadores que antes? Menos fraudes são cometidas? A moralidade tem aumentado? Vemos os vícios diminuir?
Não, não vemos nada disso. Nossa geração é tão imoral quanto qualquer outra que nos precedeu. Existe o mesmo tanto de pecado, embora talvez hoje ele seja mais disfarçado.
E do conhecimento de todos que ser membro de uma igreja não garante que a pessoa seja honesta. A vida de muitos membros de igreja oferece ao mundo motivos para indagar se existe alguma devoção em nós. Ambicionamos dinheiro, cobiçamos, seguimos a perversidade desse mundo, oprimimos o pobre e negamos os direitos da classe trabalhadora — contudo, professamos ser povo de Deus!
A Igreja precisa de avivamento na vida de seus membros.
A conversa dos cristãos
Em segundo lugar, observemos a conversa de muitos cristãos professos. Preste atenção à conversa do cristão mediano. Você pode passar o ano inteiro, desde o primeiro dia de janeiro até o último dia de dezembro, sem ouvi-lo falar de sua fé. Ele raramente menciona o nome de Jesus Cristo. Sobre o que conversa no domingo, na hora do almoço? Sem dúvida, não será sobre a mensagem do pastor, a não ser para criticar as falhas.
Alguma vez conversará sobre o que Jesus disse ou fez? Sobre quanto ele sofreu? Quando vamos visitar alguém, de que falamos?
Concluo o seguinte: você nunca saberá como chegar ao céu se ficar apenas escutando a conversa de certos membros de igreja!
Falamos muito pouco sobre o Senhor, não é verdade? Muitos cristãos estão precisando orar assim: "O Senhor, aviva tua obra em minha alma, para que minha conversa possa ser mais semelhante a Cristo, temperada com sal, preservada pelo Espírito Santo!".
Santa comunhão com Jesus
Aspirando ao avivamento
Não tome nenhuma decisão
A falta de sinceridade
Uma "ologia" que descartou Deus
Todavia, mesmo que nossa conduta e nossas conversas fossem mais consistentes com nossa fé, eu ainda faria esta terceira acusação contra nós: há muito pouca comunhão verdadeira com Jesus Cristo. Se, pela graça de Deus, nossa conduta e nossas conversas fossem consistentes e nossa vida fosse impecável, muitos de nós estaríamos em falta diante do que chamamos "santa comunhão com Jesus".
Senhoras e senhores, permitam-me perguntar: quando foi a última vez que vocês tiveram uma conversa íntima com Jesus Cristo? Alguns de vocês poderão dizer: "Falei com ele hoje mesmo pela manhã. Contemplei sua face com alegria". Contudo, temo que a maioria dirá: "Há meses que não falo com o Senhor".
O que você está fazendo com sua vida? Cristo está vivendo em sua casa, e mesmo assim você não conversa com ele há meses? Não me deixe condenar ou julgar você, mas permita à sua consciência falar: não estamos, de fato, vivendo sem Jesus? Não temos estado mais contentes com o mundo, enquanto negligenciamos a Cristo?
Aspirando ao avivamento
De certo modo, apresentei a base para minha convicção de que precisamos de um avivamento, mas agora preciso voltar à solução desse grande problema que enfrentamos. Habacuque orou: "Aviva a tua obra, ó SENHOR!". Você ouve esse clamor por avivamento? Este é o nosso problema: há muitos que afirmam desejar o avivamento, mas não clamam por ele, não aspiram a ele.
O verdadeiro cristão, quando confrontado com a necessidade de avivamento pessoal, terá aspiração. Insatisfeito, imediatamente se esforçará para alcançá-lo. O verdadeiro cristão orará dia e noite: "Aviva a tua obra, ó SENHOR!".
O que fará com que o verdadeiro cristão aspire ao avivamento? Quando refletir sobre o que Cristo fez por ele, aspirará a um avivamento para si.Quando ouvir alguém contar uma história sobre outro cristão que está experimentando grande alegria no Senhor, ele aspirará a um avivamento para si. Quando participar de uma comunhão edificante sem sentir nenhuma emoção, ele aspirará a um avivamento para si.
Eu perguntaria apenas isto aos que sentem a necessidade de um avivamento pessoal: você pode aspirar ao seu avivamento? Se puder, então, aspire! Que Deus se agrade de lhe conceder a graça de continuar clamando. Então, transforme sua aspiração em oração.
Transforme sua aspiração em oração. Não diga: "Senhor, sinto necessidade de avivamento. Pretendo cuidar disso hoje à tarde — então começarei a avivar minha alma". Não tome nenhuma decisão sobre o que você fará: suas decisões certamente serão frustradas. Em vez de tentar avivar a si mesmo, ore. Não diga: "Vou me avivar", mas clame: "O Senhor, aviva tua obra".
Dizer: "Vou me avivar" mostra que você não conhece sua verdadeira condição. Se a conhecesse, não tentaria avivar a si mesmo sem a ajuda de Deus, assim como ninguém espera que um soldado ferido em batalha cure a si mesmo sem remédio ou que procure ele mesmo o hospital, tendo as pernas e os braços feridos.
Insisto: não faça nada sem antes orar a Deus e clamar: "Aviva a tua obra, ó SENHOR!". Comece por se humilhar, abandonando toda esperança de avivar a si mesmo, mas comece logo a orar com convicção e a suplicar sinceramente a Deus: "O Senhor, faça por mim o que não consigo fazer por mim mesmo. O Senhor, aviva tua obra!".
A falta de sinceridade
Chego agora ao segundo ponto do assunto, a respeito do qual serei mais breve. Precisamos orar incessantemente na própria Igreja esta urgente oração: "Aviva a tua obra, ó SENHOR!".
Na presente época, há um triste declínio da vitalidade da devoção. Os tempos atuais tornar-se-ão muito mais a era da forma que a era da vida. Vemos pregadores lendo sermões manuscritos — um puro insulto ao Deus todo-poderoso! Pode parecer elegante e eloqüente, mas onde estão as pregações fervorosas, como a de George Whitefield?
Os sermões de Whitefield não eram eloqüentes, mas rudes e desconexos. Todavia, não eram as palavras, mas o modo em que ele as expunha, sua seriedade, o derramamento de sua alma quando pregava. Quando você o ouvia pregar, sentia-se ouvindo um homem disposto a morrer por sua pregação. Onde encontramos essa seriedade hoje? Uma das tristes provas de que a Igreja precisa de avivamento é a ausência de seriedade que antes se via nos púlpitos cristãos.
Uma "ologia" que descartou Deus
Acredito também que a ausência da sã doutrina é outra prova de que a Igreja precisa de avivamento. Em certo sentido, a sã doutrina desapareceu. Aconteceu quando os pregadores deixaram de pregar a sã doutrina com receio de serem mal recebidas. Pararam de falar de "eleição", "depravação" e "graça ilimitada" porque achavam que o povo se desinteressaria dessa mensagem.Acenda um fogo
Então, decidiram que, se não era algo apropriado para pregar, decerto não era verdadeiro. Logo, apresentaram uma "nova teologia", que podia ser qualquer coisa menos teologia. Era uma "ologia" que descartou Deus completamente e entronizou o homem.
Semelhantemente, os membros de igreja se enfraqueceram na doutrina. Os membros de igreja hoje mudam de doutrina com tanta freqüência quanto trocam de amizades. Dificilmente constituem o tipo de pessoa que morrerá por suas convicções. Observe sua frouxidão! Eles têm o que chamam "reuniões de oração". Deveriam ser chamadas "reuniões dos remanescentes", pois são freqüentadas por uns poucos.Tudo isso mostra que a Igreja se desviou do caminho. Como sei disso? Porque a Igreja começa a ser respeitada aos olhos do mundo. A Igreja precisa ser desprezada e marginalizada até a vinda do Senhor, diante de quem encontramos verdadeira honra.
Alguns concordarão comigo em que a Igreja precisa de avivamento, mas peço que, em vez de reclamar de seu pastor, em vez de achar defeitos em alguns aspectos da Igreja, você clame: "Aviva a tua obra, ó SENHOR".
Alguém dirá: "Ah, se tivéssemos outro pastor! Ah, se tivéssemos outro estilo de culto! Ah, se tivéssemos outro tipo de pregação!". Você não precisa de novos estilos ou de gente nova: você precisa de vida naquilo que tem. Se você quiser mover um trem, não precisa de uma locomotiva nova ou mesmo de dez locomotivas: você precisa acender o fogo e fazer o vapor mover a locomotiva que você tem!
A igreja não precisa de nova pessoa ou novo plano, mas precisa da vida de Deus neles. Pecamos isso a Deus! Talvez ele esteja pronto para chacoalhar o mundo desde os fundamentos. Talvez mesmo agora ele esteja pronto para derramar uma grande influência sobre seu povo, que tornará a Igreja desta geração viva como nunca antes.
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